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“Aita, tal como chaabi, já não é percebido como decadência”: em Marrocos, Kabareh Cheikhats transforma a tradição

“Aita, tal como chaabi, já não é percebido como decadência”: em Marrocos, Kabareh Cheikhats transforma a tradição
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O grupo transformista revisita o repertório fundamental da música popular marroquina, trazendo um vento de inclusão a uma sociedade em rápida evolução.
Ghassan el-Hakim (primeiro plano à esquerda) e sua trupe Kabareh Cheikhats, 4 de setembro. (Christian Mamoun/Libération)

É um som que te agarra pelas entranhas, um chocalho profundo que vem das profundezas do Marrocos. Repleta de acentos tônicos e escansões esotéricas, contrasta com o público que veio ouvi-la no Kick Off, em Casablanca, na véspera do Mawlid, aniversário do Profeta. Neste bar abarrotado de telas de TV, onde fluem imagens do futebol, um esporte abençoado neste país que se prepara para sediar a Copa Africana de Nações no final do ano e depois a Copa do Mundo em 2030, esses jovens urbanos são cativados por essa música que os encoraja a colocar suas palavras em ação, a bater palmas no ritmo e a entrar em transe. As jovens giram em frente ao palco enquanto algumas cravam dirhams na testa de Ghassan el-Hakim, cantor e líder, deixando-lhe um bilhete de amor ou pedindo uma dedicatória especial. "Por que essa música, essa nota, esse ritmo, deixa as pessoas tão loucas?!" "Exclama o homem que, sob sua espessa barba, se transforma em Sheikha Houria à noite. Seu sorriso irônico diz muito sobre o prazer desses sentimentos compartilhados que mergulham o público no coração de uma zona cinzenta, um espaço-tempo aberto a todo o improvável.

Bem-vindos aos Kabareh Cheikhats, um grupo de homens que, com suas máscaras pesadas e caftãs coloridos, honram uma longa tradição no reino, da qual as mulheres eram as principais vozes: o aïta (o grito), música na qual se aninha uma parte da alma marroquina. Não há casamento sem evocar o que muitos comparam ao blues, como

Libération

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